OS 10 MANDAMENTOS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

Autor: Adilson Alfredo Adão Dias


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Publico alvo: Estudantes e pesquisadores ligada à ciência da Informação; Bibliotecários, museólogos, arquivistas, profissionais de informação, de forma geral.

Tipo de texto: Artigo de Opinião

RESUMO

O ensejo que querer contribuir para a melhor compreensão desta área de formação, escreveu este artigo de opinião que de forma sintética apresenta o que para ele são os pilares da Ciência da Informação, denominando-o assim por “OS 10 MANDAMENTOS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO”.

Apresenta inicialmente a instituição de ensino que o autor frequenta, só depois apresenta os deis (10) pilares da ciência da informação.

Palavras-chave: 10 mandamentos, informação, ciência da informação

INTRODUÇÃO 

APRESENTAÇÃO DOS PRINCÍPIOS

1º – A INFORMAÇÃO É O SANGUE DA CIÊNCIA (Le Coadic, 2004, p.27)
2 º – A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO É CONTEXTO (Luciano Floridi, 2010)
A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO POSSUI UM CARÁCTER INTERDISCIPLINAR (Borko, 1968 apud Araújo, 2013, p. 14)
4º – PAUL OTLET É CONSIDERADO O FUNDADOR DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E DA DOCUMENTAÇÃO (OTLET, 1990a, p. 181)
5º – O ESTUDO DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO É BASEADO NUMA PIRÂMIDE (Silva e Ribeiro, 2002, p.56)
  – A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO OBJETIVA EM CONCRETIZAR O IDEAL DA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO (Barreto, 2002)
7º – A RAZÃO DE EXISTÊNCIA DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO É O USUÁRIO (Rozados, 2006)
 8º - CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO POSSUI UMA RELAÇÃO INEXORÁVEL DE DEPENDÊNCIA DA TECNOLOGIA (Saracevic, 1996)
9º - USE A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO PARA O BEM
10º - A INFORMAÇÃO TORNA-NOS LIVRES (JOÃO 8:32)


Sinto-me grato e lisonjeado em ser um dos muito poucos profissionais da informação, em formação, em Angola.

Ciência da Informação é um curso novo no nosso país, presente desde 2014, tendo ainda numa única faculdade. Antes denominada ISUCIC (Instituto Superior de Ciências da Comunicação), agora Departamento de Ciências da Informação da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto (UAN).

É uma responsabilidade enorme falar de assuntos relacionados a essa área, por isso procurei fazer enumeras pesquisas relacionadas a temática.

De referir que este é um artigo de opinião, no sentido lado da palavra; são apenas constatações pessoais baseadas em pesquisas e analises sobre o assunto.

A necessidade de saber quais pesquisas foi feita sobre o assunto, levou-me em procurar nas diferentes fontes de informação, como livros, monografias, pesquisas na Google e outros sites académicos. Para a minha surpresa,  encontrei quase nada escrito sobre este tema especifico, nenhum artigo, nem uma monografia, nem um resumo. Simplesmente uns artigos que falava sobre os 10 mandamentos da ética da informação e outros. A pouca discussão desse assunto, alegrou-me mais em fazê-lo.

Os 10 mandamentos, frase essa muito utilizada na esfera religiosa; mencionada para descrever deis (10) princípios sublimes que norteiam o mundo cristão, no quesito relacionamento, quer seja com Deus, quer seja com o próximo.

Pretendi com esta, apropriar-me da expressão e inculcar no campo académico-cientifico, especificamente na área da ciência da informação. Eis os princípios que,a meu ver, são os pilares no estudo desta ciência, sendo denominado então por “OS 10 MANDAMENTOS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO”:

 1º – A INFORMAÇÃO É O SANGUE DA CIÊNCIA (Le Coadic, 2004, p.27)

Temos de perceber que apesar do estudo da ciência da Informação ser bastante recente, data desde o séc. XX, oficialmente, a informação sempre foi e sempre será a base da ciência. Seja ela imperícia, filosófica, Teológica e até mesmo cientifica é baseado na quantidade e qualidade da informação e a sua possibilidade de verificação. Sem informação, a ciência não pode viver e desenvolver. Sem informação a pesquisa seria inútil e o conhecimento não existiria.

 2º – A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO É CONTEXTO (Luciano Floridi, 2010)

Ao olharmos à Génesis da Ciência da Informação, percebemos que ao longo da história teve conotações diferentes; desde bibliografia (1802), library science (1851), documentation (1903), information retrieval (1950). Entretanto, só em 1960 é que o termo Ciência da Informação passa a ser utilizado em um âmbito maior, englobando todos os esforços iniciados em 1802. Todas, claro, na tentativa de perceber esse fenómeno, informação, para melhor geri-lo e para o bem do próprio homem.

Este fenómeno, Informação, pode ser associado a várias explicações, dependendo da perspetiva adotada, dos requisitos e das intenções que se tem em mente.

3º – A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO POSSUI UM CARACTER INTERDISCIPLINAR(Borko, 1968 apud Araújo, 2013, p. 14)

A ciência da Informação ela surge para encaminhar a gestão da informação, através de suas regras e princípios para então chegar ao usuários na qualidade e quantidade desejada. Esse auxilio,que presta nas diversas áreas do saber, e esta complexidade o faz recorrer a outras ciências para melhor responder as necessidades do usuário. “fazer dialogar, dentro dela, as contribuições das diferentes áreas de conhecimento”. Assim, direcionados pela especificidade do olhar informacional promovido pela CI, conceitos oriundos de áreas diferentes como Psicologia, Linguística, Computação, Sociologia e outras são reclassificados na CI, num processo de apropriação que é, ele próprio, a dinâmica interdisciplinar da área.

4º – PAUL OTLET É CONSIDERADO O FUNDADOR DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E DA DOCUMENTAÇÃO (OTLET, 1990a, p. 181)

A documentação, ao lado da biblioteconomia, arquivologia e museologia são consideradas disciplinas fundamentais para a constituição da Ciência da Informação.

Otlet acreditava ser fundamental o estabelecimento de uma ciência e uma técnica geral na gestão do documento, acabando com o empirismo existente até então no tratamento dos registos do conhecimento; assim, ele propôs a Documentação, disciplina que se responsabilizaria pelo estudo dos documentos, de sua evolução e transformações, e que determinaria uma teoria geral para todos os processos e funções dos documentos. pressupunha ele que deveria ser criado princípios gerais e um método, ambos universais, para que se conseguisse uma organização racional e mundial dos documentos. Acreditava na unidade da Documentação, que corresponderia à unidade de conhecimentos, pois para ele todos os serviços de informação eram ramos de uma única organização universal. Talvés o pesquisador (Otlet) era um utópico, mas sem duvida que os seus estudos e pesquisas catapultaram a visão que temos hoje de ciência da Informação.

5º – O ESTUDO DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO É BASEADO NUMA PIRÂMIDE (Silva e Ribeiro, 2002, p.56)

O primeiro contacto que nos deparamos quando estudamos a Ciência da Informação são três (3) conceitos basilares, para melhor compreensão da mesma. A meu parecer, se ainda houver ambiguidade, da parte do estudante, em definir, compreender e diferenciar elas, vã será a sua permanecia nesta área de formação. Pois que toda ciência está baseada nestes conceitos preliminares. São elas: DADO, INFORMAÇÃO e CONHECIMENTO.

6º – A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO OBJETIVA EM CONCRETIZAR O IDEAL DA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO (Barreto, 2002)

É um erro confundir a sociedade da informação com a sociedade do conhecimento. A sociedade da informação está limitada a um avanço de novas técnicas devotadas para guardar, recuperar e transferir a informação. Ao passo que a Sociedade do conhecimento contribui para que o indivíduo se realize na sua realidade vivencial. Compreende configurações éticas e culturais e dimensões políticas.

A ciência da Informação propõe aos sistemas de informação e a sociedade em geral, em não somente estarmos informados sobre temáticas de varia ordem, mas que sobretudo a mesma seja aplicada para o bem do individuo e da sociedade, avançando assim para a criação de uma sociedade do conhecimento.

“O ideal compartilhado seria o de se construir uma sociedade do conhecimento não só uma sociedade da informação” (Aldo de Albuquerque Barreto).

7º – A RAZÃO DE EXISTÊNCIA DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO É O USUÁRIO (Rozados, 2006)

Parece-me simples em perceber este ponto. Toda e qualquer unidade de informação que não olha para a satisfação do usúario como a razão da sua existência, é inútil a sua existência. Deve-se sempre estudar novas técnicas e desenvolver estratégias que maior agreguem valor aos serviços de informação prestado pelas unidades (instituições) de informação que satisfaçam as necessidades informacionais dos usuários, Sempre!

8º - CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO POSSUI UMA RELAÇÃO INEXORÁVEL DE DEPENDÊNCIA DA TECNOLOGIA (Saracevic, 1996)

A ciência da informação está intrinsecamente ligado ao uso das Tecnologia, sob pena de no seu ciclo de vida da informação houver ambiguidades, redundâncias, distorções e pouquíssima ou má divulgação. É só olharmos na evolução do fluxo da informação científica e as diversas formas de comunicação que ocorrem entre os cientistas e mesmo entre esses e a sociedade é um excelente exemplo.

O facto é que os Periódicos eletrónicos, correio eletrónico, acesso à Internet, vídeo conferências e até mesmo blogues e podcasts, entre tantas outras iniciativas, modificaram profundamente a comunicação científica, não apenas as publicações, mas também maneiras em que se realizam interações pessoais e o processo de produção das revistas científicas. A facilidade de acesso à Internet modificou o papel das bibliotecas, ampliando as fontes disponíveis para consulta.

9º - USE A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO PARA O BEM

O século XXI é marcado pela história como a “era da informação”. Com isto,os torna os profissionais de informação, seja de formação académica ou não, responsáveis pelo desenvolvimento da sociedade em geral. Empresas como Google, facebook e até mesmo uma simples organização sem fins lucrativos, que tem em sua posse informações pessoais de pessoas individuais e/ou coletivas, devem processar e disponibilizar aos usuários ou utentes informações pertinentes, em dose quantitativo e qualitativo adequado e assim propicie um ambiente livre e justo.

Lembrar que a ética profissional funciona como garantia e segurança da sociedade, protegendo a sociedade contra determinados abusos por parte dos profissionais. Seja Profissional! 

10º - A INFORMAÇÃO TORNA-NOS LIVRES (JOÃO 8:32)

Desprovido de dogmas religioso, faço está referência bíblica unicamente e na perspetiva de ser uma fonte de informação. “e conheceres a Verdade, e a Verdade vos libertará”.

Ao olharmos para a história universal, no quesito informação, nos deparamos logo com a privatização do conhecimento. Somente uma elite pequena tinha acesso à informação, fazendo então o uso desta arma poderosa para escravizar* (adiar a emancipação populacional) os desprovidos de informação. A história mostra que quando a informação foi liberta dos cativos (mosteiros e outros) sucedeu-se uma série de fenómenos históricos, como a revolução industrial, a Francesa, a Norte Americana, e outros. Isto graças àquilo que o Emmanuel Kant chamou de  “a era do Iluminismo”

Certamente que o mesmo facto é aplicável aos dias de hoje. Ainda há muita gente desprovido (in)conscientemente de informação, e isto claramente nos prende novamente em cativeiros cognitivos; não avançamos para próxima fase de desenvolvimento. Aquela em que o pré-conceitos e discriminação não há, aquela em que podemos desenvolver individual e socialmente. A real liberdade e livre de paradigmas descabidas que não promove o bem estar individual e social. Talvez seja uma utopia minha no entanto, creio crer que talvez, talvez, um dia chegaremos neste estado. Porém, o facto é: INFORMAÇÃO REAL E CERTA LIBERTA.

CONCLUSÃO

O presente resumo (artigo de opinião) não pretende esgotar o tema e nem poderia dada a amplitude do mesmo. Mas espera ter sido capaz de lançar ideias que auxiliem o estudo desse tema ou mesmo suscite o debate do papel da Ciência da Informação.

REPASSANDO: OS 10 MANDAMENTOS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Araújo, C. A. A. (2013). O sujeito informacional no cruzamento da Ciência da Informação com as Ciências Humanas e Sociais. In: Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, 2013, Santa  Catarina.  Anais...  Santa  Catarina:  Associação  Nacional  de  Pesquisa  e  Pós-Graduação em Ciência da Informação.

Araújo, C. A. A. (2014). O que é Ciência da Informação? Informação & Informação, Londrina, v. 19,  n. 1, p 01-30.

Barreto, A. A. (2002). A condição da informação. São Paulo em Perspetiva, São Paulo, v. 16, n. 3, p. 67-74.

Bíblia Sagrada(2009) – Trad. João Ferreira de Almeida. São Paulo: Sociedade Biblica do Brasil, 2013. Revista e Corrigida, 4 ed..p.João 8:32

BORKO, Harold. Information science: what is it? American Documentation, Washington, v. 19, n. 1, p. 3-5, jan. 1968.

MORIN, Edgar (2001). O método 4: as idéias: habitat, vida, costumes, organização. Porto Alegre: Sulina, Afrontamento, 2002.

OTLET,  Paul.  Traité  de  documentation:  le  livre  sur  le  livre,  théorie  et  pratique.  Bruxelles:  Mundaneum,  1934.  Disponível  em:  <http://archive.org/details/ OtletTraitDocumentationUgent>. Acesso em: 11 mar. 2013.

SARACEVIC,Tefko (1996). Ciência da informação: origem, evolução e relações. Perspetivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 41-62, jan./jun..

SILVA, Armando Malheiro; RIBEIRO, Fernanda. Das “ciências” documentais à ciência da informação: ensaio epistemológico para um novo modelo curricular. Porto:


atualizado em 09 de Março de 2022