A IGREJA É UM BOM NEGOCIO

Autor: Adilson Alfredo Adão Dias

De forma introdutória, realçar que este texto não foi produzido no ensejo de discriminar ou maldizer as denominações religiosas ou outras formas de manifestação religiosa. Pretende-se tão somente trazer uma perspectiva financeira-econômica das mesmas. Para isto, o autor desprende-se de preceitos e dogmas religiosos pessoais.

Do ponto de vista histórico e antropológico, a religião (Igreja) surge da necessidade do HOMEM em querer* acreditar e buscar ativamente algo ou alguém que acredita ser superior à ele. É daí que parte as diversas formas e manifestação de religião, donde provém a que maioritariamente o povo angolano professa, O CRISTIANISMO. Não se objetiva, neste texto, esmiuçar sobre a origem, desenvolvimento e/ou caraterística do Cristianismo; tão somente o que anteriormente já foi dito.

Atualmente um dos assuntos que muito se ouve na comunidade internacional e, sobretudo, na angolana é a necessidade dos indivíduos investirem no auto-emprego, ou seja, a criação do seu próprio negócio. Se este é o seu caso, já pensou em abrir uma igreja? 

A IGREJA, do ponto de vista legal, é uma organização sem fim lucrativo com autonomia administrativa e financeira. Tudo que ela necessita, inicialmente, é de ter pessoas que se congregam manifestando culto a um ser ou algo. A própria constituição dá esta liberdade aos cidadãos – a liberdade de expressão –, seja ela do fórum artístico ou religioso.

No fórum jurídico, as igrejas estão isentas de muitas taxas e impostos que as outras organizações comerciais estão submetidas. Como por exemplo O IVA, O IPTU, IMPOSTO DE CONSUMO, IRT, IMPOSTO SOBRE OS LUCROS, só para citar alguns. Ou seja, os seus lucros tornam-se líquidos após unicamente subtrair as suas despesas correntes.

Atentemos a estes dados de previsão*.

UMA IGREJA que se reúne duas vezes na semana com uma população de 300 membros em média, onde à cada dia os mesmos dão de OFERTA 200,00kz.

300 membros x 200,00kz = 60,000,00kz

60,000,00kz x 2 dias na semana = 120.000,00kz

120.000,00kz x 4 semanas = 480.000,00kz

A rentabilidade mensal é cerca de 480.000,00kz. Se subtraindo 50% delas para as despesas correntes, como água, luz, alimentação, transporte e manutenção; E 20% para caixa extraordinária e imprevistos; nos restará 30% que servirá como o lucro mensal.

480.000,00 x 50 100 = 240.000,00kz

480.000,00 x 30 100 = 144.000,00kz

480.000,00 x 20 100 = 96.000,00kz



Se multiplicar o nosso lucro mensal liquido (96.000,00kz) por 12 meses, o lucro anual será de 1.152.000,00kz líquidos.

De referir que as ofertas é apenas uma das muitas entradas financeira das igrejas. Há também os dízimos e as doações. Que se acrescentando aos números acima mostrado aumentará exponencialmente os níveis de lucratividade e rentabilidade.

Referir também que estes dados não são absolutos, muitas variáveis participam na efetivação desta análise dos números acima mencionados. Como a variável financeira (a capacidade financeira dos membros), variável territorial, planos, etc etc etc. por ser verdade, apresentamos unicamente uma previsão e vantagens de ter uma igreja como uma fonte de renda. Não querendo, no entanto, a incentivar pessoas, ditos “líderes religiosos”, a zombarem e brincarem com a necessidade de adoração e culto que está intrinsecamente ligada à pessoa humana, com objetivo de contrair dividendos para o seu sustento. Algo que o autor veemente condena e reprova.

No entanto, diante dos números acima mostrado, já pensou em abrir uma igreja como seu negócio?


atualizado em: 25 de Julho de 2022