A IMPORTÂNCIA DAS BIBLIOTECAS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO
Autor: Adilson Alfredo Adão Dias
É
sempre um prazer ter a oportunidade de disseminar conteúdos, pesquisas e
ideias relacionados a esta maravilhosa área do saber – A ciência da
Informação. O presente artigo cingir-se-à na reflexão e compreensão da
importância crucial que as bibliotecas desempenham na construção para
uma melhor sociedade, a sociedade do conhecimento.
Começo
esta reflexão com um texto bíblico, retirado das Sagradas Escrituras,
que servirá de aio na nossa reflexão. Acrescenta ainda que a menção
abaixo citada foi unicamente feita no intuito de ser considerada uma
fonte geradora de dados/informação, ou seja, é desprendido de qualquer
dogma e preconceito religioso. Outro sim, na menção é retirada apenas o
conceito filosófico aplicando-o ao tema em análise.
“Toda escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” – Iª Timóteo 3-16,17.
Refazendo o texto:
“Toda
a biblioteca é criada e proveitosa para ensinar, para redargir, para
corrigir, para instruir, para que o cidadão/usúario seja perfeito e
perfeitamente habilitado para contribuir positivamente na construção da
sociedade nos seus variados aspetos”.
A
eliminação substancial do pré-conceitos, do racismo, da discriminação,
toda e qualquer tipo de violência; A construção de grandes e modernas
infraestruturas, o avanço da tecnologia e consequentemente da medicina, a
reforma do sistema de educação, ensino e comunicação social; o
crescimento substancial da investigação e extensão. Todos estes possuem
um elemento em comum para a sua concretização: a INFORMAÇÃO transformada
em CONHECIMENTO. O parecer do autor é que apenas um lugar possui esta
aptidão para tornar isto possível: A Biblioteca.
Quando
olhamos para história (com pretensão de não ser muito técnico)
concretamente a fase de transição da Idade Média ao período do
Iluminismo, percebemos logo que a mesma só foi possível quando o
conhecimento (o acesso as bibliotecas) foi retirado da pressão que
estava cativa, tinham apenas acesso um grupo muito restrito e pequeno.
Facto que fez o período da Idade média, a época que menos se produziu
avanço para ciência e outros, concomitantemente o não avanço para a
construção da sociedade do conhecimento.
Em
contrapartida, Os Estados/Governos perceberam que há uma relação
implícita entre crescimento social, económico e tecnológico com a
disponibilização fácil de informações/conhecimentos a todos os seus
co-cidadãos, rapidamente vislumbraram as vantagens dessa ação.
Vejamos o que dizem os pesquisadores da área: Abdul Waheed Khan (subdiretor-geral da UNESCO para Comunicação e Informação), escreve: “A Sociedade da Informação é a pedra angular das sociedades do conhecimento.
O
conceito de “sociedade da informação”, a meu ver, está relacionado à
ideia da “inovação tecnológica”, enquanto o conceito de “sociedades do
conhecimento” inclui uma dimensão de transformação social, cultural,
económica, política e institucional, assim como uma perspetiva mais
pluralista e de desenvolvimento. O conceito de “sociedades do
conhecimento” é preferível ao da “sociedade da informação” já que
expressa melhor a complexidade e o dinamismo das mudanças que estão
ocorrendo. (...) o conhecimento em questão não só é importante para o
crescimento económico, mas também para fortalecer e desenvolver todos os
setores da sociedade”.
Por
sua vez, a Declaração da Sociedade Civil estende sua visão sobre vários
parágrafos, mas o essencial diz: “Nós nos comprometemos a constituir
sociedades da informação e da comunicação centradas nas pessoas,
abrangentes e equitativas. Sociedades nas quais todos possam criar,
utilizar, compartilhar e disseminar livremente informação e
conhecimento, assim como ter acesso a eles para que indivíduos,
comunidades e povos sejam habilitados para melhorar sua qualidade de
vida e colocar em prática todo seu potencial”. Depois, esta Declaração
acrescenta os princípios de justiça social, política e económica, e da
plena participação e habilitação dos povos; destaca os objetivos de
desenvolvimento sustentável, democracia e igualdade de gênero; e evoca
sociedades onde o desenvolvimento se enquadre nos direitos humanos
fundamentais e esteja orientado para alcançar uma distribuição mais
eqüitativa dos recursos.
Sendo
mais interno, no nosso amado e belo país Angola, pretende-se com este
resumo ter uma atitude futurista ou utópica (como o leitor bem preferir)
em relação ao tema em estudo.
Imaginemos que:
1º - O acesso as bibliotecas,
sejam públicas, particulares, comunitárias, especializadas, estejam ao
alcance de todos – dos menos avantajados financeiramente aos mais
avantajados. Como faríamos isso? Simples: criar condições para que TODOS
os estabelecimentos de educação e Ensino tenham bibliotecas – desde aos
de ensino primário (sobretudo estás) até de Ensino Superior.
Criar
condições e o aumento substantivo de bibliotecas Municipais, comunais e
Distritais. Ao parecer do autor, o grande pecado das administração
públicas é de não incluírem no mínimo uma (1) biblioteca a cada
distrito. E mais, os administradores municipais/distritais devem entrar
em comunicação com os cidadãos para a realização e concretização de
criação de bibliotecas comunitárias. Os responsáveis administrativos
devem fazer tudo o que poderem ( e mais alguma coisa) para fazer chegar o
conhecimento/informação ao cidadão, por meio de instituição – As
Bibliotecas.
2º - Qualidade das mesmas:
neste item, dois aspetos são imprescindível. A infraestrutura e o
profissional, ambos devem estar qualificados. É com grande tristeza que o
autor expressa a sua insatisfação, quando visita uma biblioteca ( para
isso, tem de percorrer muitos quilómetros) e se depara que estes dois
itens são desvalorizado por aquele que é responsável pela sua
manutenção. Infraestruturas que não proporcione ao utente vontade e
tranquilidade suficiente para realizar aquele que foi o motivo que o fez
deslocar até as instalações. E o que dizer de muitos profissionais que
lá encontrou? Muitos deles deixam a desejar, não só pela não capacitação
técnico-profissional, mas também pela ausência da qualificação de
referencista.
3º - O Marketing: O conceito e a ação do marketing evoluíram ao longo do tempo. Antes centrada no produto, agora no consumidor.
O
autor crê que este elemento está anos luz de distância daquelas que são
as ações das poucas bibliotecas existentes em Angola. Parece que este
elemento não faz parte de suas atribuições, é como se unicamente
objetivam em abrir e esperar que os usuários apareçam. “Não compreendem a
nova dinâmica organizacional – marketing orientado para o usúario”.
Em
jeito de experiência, o autor enfatiza que mesmo ter nascido e crescido
no município do Cazenga, só chegou de conhecer (ouvir falar que existe
uma biblioteca municipal) quando este terminava o seu ensino médio. E
mais tarde a Biblioteca Nacional, já cursando o ensino superior (isto
motivado pela realização de trabalho académico de campo na referida
instituição). Talvez seja pela ignorância do autor, mas o facto é: As
Bibliotecas precisam ser mais divulgadas. Precisa-se fazer campanhas de
marketing das bibliotecas, sobretudo às públicas.
Portanto,
se estes três itens - O acesso as bibliotecas, Qualidade das mesmas e O
Marketing forem e bem sincronizados não vejo como as sociedades, e em
particular à angolana, não evoluir para o próximo nível – A sociedade do
conhecimento. Certamente que esta ação resolverá muitos problemas (por
todos nós conhecidos) que assolam a nossa sociedade. As bibliotecas são
os berços para a construção de sociedades (re)evolutivas; evolução essa,
quando olhada às de outras realidades, é sem precedentes.
As
bibliotecas objetivam em tornar o cidadão/usúario para que seja
perfeito e perfeitamente habilitado para contribuir positivamente na
construção da sociedade nos seus variados aspetos.
Reiterar, como noutros, que o presente resumo (artigo de opinião) não pretende esgotar o tema e nem poderia dada a amplitude do mesmo. Mas espera ter sido capaz de lançar ideias que auxiliem o estudo desse tema ou mesmo suscite o debate sobre a influência da Ciência da Informação e Biblioteconomia para a criação da sociedade do conhecimento.
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