PROBLEMAS DE MOBILIDADE RODOVIÁRIA EM LUANDA
Tipo de texto: Artigo de Opinião
Público alvo: Estudantes, Trabalhadores, administradores regionais, municipais, provinciais e nacionais. Data da publicação: 09 de Janeiro de 2023
Novamente, reitero a felicidade e satisfação de poder tecer algum comentário relativo aos diversos problemas académicos e sociais da nossa sociedade angolana. Uma verdade colectiva é que, a nossa sociedade, está mergulhada por vários problemas. Seja elas de fórum cultural, social, religioso, académico, etc., etc., etc. Diante disto, somos chamados, como académicos, para fazer analises, achar as reais causas dos mesmos e propor soluções.
De referir que este texto apresenta característica de epifania. Ou seja, não é uma conclusão absoluta do fenómeno em analise, é apenas uma análise probabilista com base nos comportamentos de indivíduos de uma sociedade. A nossa sociedade angolana. Muitas foram as tentativas do governo angolano, administrada pelo ministério dos transportes, em frear a dificuldade excessiva que os cidadãos angolanos estão submetidos, relativamente na área de mobilidade colectiva – é muito difícil deslocar-se de um lado para outro na cidade de Luanda. E nesta época festiva, natal, pior ainda ....
A questão é: Por que então é muito difícil deslocar-se de transportes públicos/privados na cidade de Luanda? Será o número reduzido dos mesmos transportes? Ora vejamos alguns dados: No final de 2019 o governo angolano, gerido pelo ministério dos transportes, puseram em circulação mais de 220 autocarros. Mais tarde, em Setembro de 2020, o ministro dos transportes, Ricardo de Abreu, anuncia a disponibilização de mais 153 autocarros para a cidade de Luanda; de forma a acudir a situação de mobilidade na cidade de Luanda. E recentemente, em 2021, acrescentou mais de 70 autocarros em circulação. Dentre eles, os vulgo “machimbombos”.
Att: Informações avançadas disponibilizadas pelo próprio governo angolano, nomeadamente pelo ministério em causa, pelas diversas vias de comunicação oficial. Diante disto, podemos ver o comportamento exponencial desta ação – aumentar cada vez mais o número de transportes, autocarros, para a cidade de Luanda.
Att: importa referir que não estamos, aqui, a fazer juízo de valor relativamente a sua boa gestão ou não. O facto é que foram (são) feitos muitas tentativas para mitigar esta situação. Resultou?
Vamos mudar de cenário.
A densidade populacional de Luanda era de, em 2014, 7.098.267 habitantes (segundo o CENSO realizado no mesmo ano). E actualmente de habilitantes (dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística – INE). Isto corresponde a 23,6% e 27.4% da população angolana respectivamente. Disto podemos ver que a população luandenses aumentou consideravelmente.
Pessoas estas que vêm das outras partes de Angola (maioritariamente do interior) à procura de melhores condições de vida. Atenta a esta ilustrações fictícia para melhor entender os números acima:
Imagina que tem um bolo repartido em cinco metades (fatias) para 18 pessoas. E nessas 18 pessoas tem lá um guloso que chega e come uma das fatias sozinho (sendo este 20% do bolo); e não ficando satisfeito, olha para outras fatias (apenas 4 metades que restou para 17 PESSOAS) e come lá mais a metade. (Que triste é ver este guloso sem pensar nos outros). Mas é basicamente assim que está distribuído a densidade populacional de Angola. Sendo este guloso, a Luanda.
Resultado.....???? CATÁSTROFES DE VARIA ORDEM.
Nesta análise, sobretudo, a insuficiência cada vez mais de transportes público e privados colectivos que respondam a demanda demográfica da mesma cidade. O que irão fazer?? Aumentar o número de transportes públicos e privados colectivos... O que vai acontecer depois? Novamente o aumento exponencial da densidade populacional. Resultado? Novamente o número de transportes colectivos públicos e privado não responderá a demanda. E será um ciclo. Até que ... a população sente-se extremamente farto e decidem, todos, ter transportes pessoais, julgando que resolverá este problema e de chegar sempre tarde aos mais diversos destinos – escola, trabalho, etc. O que vai acontecer? Todos têm transportes privados. As estradas estarão todas engarrafadas (engarrafamento que nunca se viu). Acontecerá todos os dias e todo o dia. Alguns dirão: “Vou sair mais cedo, para não apanhar o engarrafamento”. Só que serão umas tantos milhares de pessoas que pensarão o mesmo.
ENGARRAFAMENTO NOVAMENTE. Outros: “vou sair mais tarde, deixarei todos se matarem primeiro. E quando estiver livre, mais tarde, estrarei na estrada”. Resultado?? Outros milhares pensarão a mesma coisa.
E Será o ciclo... Até Que......... novas estratégias forem criadas. Quais são estás novas estratégias? As mesma que já foram pregoadas por muitos. DEVIDIR O BOLO sem muita variação na quantidade que cada uma das pessoas (províncias) irá comer. Como fazer isso? Descentralização econômica, social e jurídica das infra-estruturas coletivas. Criar condições para que as pessoas possam, no mínimo viver, com condições básicas, nas mesmas localidades. Diversas escolas, dos variados ciclos de educação e ensino, a disposição da população; Hospitais; Tribunais descentralizados; Possibilidades de investimentos sem muitas entradas. NO MÍNIMO.
A cidade de Luanda, se continuar no ritmo atual, irá entrar em colapso. Colapso de varia ordem. Sendo a principal, a fuga de cérebro para outras partes do mundo. Acreditando que não havendo de se desenvolver individual e coletivamente (como família) em Luanda, não poderá fazê-lo mais em qualquer outra parte do nosso belo e amado país; Levando a emigrarem para outras partes do mundo.
De mencionar que esta condição é apenas um dos resultados da má gestão da densidade populacional de um país.
Por tanto, olhemos com alguma cautela esta questão, sobretudo àqueles que têm a responsabilidade de administrá-lo.
FIM....
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